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Reflexão: Qual o papel das emoções na nossa vida?

Somos seres complexos, nossos comportamentos são reflexos de nossos pensamentos que geram sentimentos, cada um com sua estória de vida e com suas reações.

Qual é a diferença entre sentimentos, emoções e afetividade?

Os sentimentos são estados afetivos duradouros e estáveis, enquanto as emoções são o pico de um sentimento.

A emoção tem como base o sentimento, e é uma experiência afetiva de duração mais breve, composta de elementos físicos, motores, glandulares e emocionais. É uma reação a algo que é percebido no ambiente, utilizando suas experiências e a cognição, oferece condições para que a pessoa posso lidar com a situação com a qual se depara, por exemplo um pedido de casamento, uma demissão, etc. É a forma como a pessoa observa o mundo num equilíbrio dinâmico, vê, interpreta o que está ocorrendo e daí reage. Essa reação pode ser equilibrada e consciente, ou intempestiva, e até agressiva.

A afetividade é como a pessoa combina o sentimento e a emoção, é a forma como reage se aproximando ou se afastando em termos relacionais, sendo diferente para cada um (“muito afetiva”, “morna” ou “fria”).

Toda condição estressante passa por um processo de avaliação emocional, e toda a emoção se origina no cérebro e tem um correspondente físico. A forma como reagimos nos momentos de crise nos leva a entender os nossos objetivos, nossos valores e a ótica pela qual vemos e interpretamos o mundo ao nosso redor.

Vamos discorrer sobre algumas emoções que geram estresse é que é inerente ao ser humano.

A Raiva é um complexo de reações físicas e emocionais que juntas promovem o estresse, seja na sua contenção ou a sua explosão manifesta, que pode levar a uma reação que gera alívio e posteriormente pode levar a culpa.

A Raiva pode ser a causa ou a consequência do estresse, ou seja, podem se misturar; a causa daRaiva pode ser a vulnerabilidade genética onde existe uma hipersensibilidade do Sistema Límbico que estimula os centros gerenciadores da raiva, principalmente a amígdala; adquirida por aprendizagem,ou experiências traumáticas (experiências desestabilizadoras principalmente na infância, violência física ou verbal, estupro). O Sentimento de Raiva é uma reação cognitiva, e usamos a emoção como combustível, é uma ação.

Quando a Raiva é a causa do estresse, o ideal é descobrir o motivo, os desencadeadores e quais atitudes responsáveis podem ser realizadas para ações que a neutralizem.

A Frustração pode ser devido a possibilidade de não alcançar metas, necessidades insatisfeitas, expectativas não atendidas ou falta de equidade. Diante de sua constância a pessoa pode adotar comportamentos de fuga e se afastar da situação aversiva, caso não consiga superar as adversidades corre um alto nível de estresse, com causas físicas e emocionais. Pessoas com maior resiliência podem ter estratégias de enfrentamento que reduzem o risco a saúde. A forma de lidar com a frustração pode manter o estresse sobre controle e uma boa qualidade de vida.

O Medo é um estado emocional inato com reações fisiológicas, cognitivos e comportamentais que podem gerar estresse. Alguns medos são normais e reais, mas outros podem ser adquiridos por associação a determinados estímulos e se tornarem irracionais com baixa ou alta intensidade, como no caso das fobias. O tratamento psicoterápico passa pela identificação dos gatilhos para sua redução, mas nos casos mais intensos é necessário a associação medicamentosa.

A Ansiedade é natural do ser humano, se por um lado nos impulsiona e motiva para a vida, por outro lado é uma emoção que traz desconforto quando estamos em perigo, com objetivo de proteger nossa integridade física e emocional. A Ansiedade, hoje em alta, e tida como o mal do século, pode ser normal se estiver proporcional ao perigo real, mas patológica se for excessivamente desproporcional. As exigências pessoais e do mundo além de situações traumáticas, são estressores, que podem elevar a ansiedade a níveis que podem gerar os Transtornos de Ansiedade e que são passiveis de tratamento, médico e psicoterápico.